Estou apenas com esta vontade de escrever que surge assim quando estou um pouco triste e saudoso. O que devo escrever? Não sei.
      Dizem que quando não temos nada a dizer o melhor é ficarmos quietos em nosso canto, mas não sou dos que seguem aquilo o que os outros dizem.
      Assim insisto em continuar escrevendo...

  26 março 2006
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Dèja vu

O que será que se passa?
Estou aqui. Às vezes é como
se já estivesse vivido esta vida.
Mas como pode ser isto
se não sei o que será?
Não entendo nada disto.
Será que serei sempre ingênuo?
Mesmo que tenha esta sensação de
já ter experienciado isto tudo?
Por vezes tenho tentado lembrar
do que se passou, mas nada
me ocorre que sirva agora.

O que mudou?

Será que fui eu que mudei?
Já não sou mais o mesmo de antes?
Aquele que já presenciou isto tudo se foi?

  17 março 2006
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Existe o bom professor?

     Com certeza, quem passou pela escola tem como apontar esse ou aquele professor que considerou como sendo bom. Mas mesmo assim, é bem provável que haja poucos professores que sejam considerados por muitos como sendo bons. Talvez porque, seja do ponto de vista dos pais, seja dos alunos, seja pela análise do professor, há sempre uma heterogeneidade quanto àquilo que é considerado bom.
     E ainda é necessário, também, se levar em conta que o conceito de bom e de mau é definido conjunturalmente e contextualmente. Exemplificando, atualmente é considerado um “bom” professor aquele que geralmente consegue fazer com que o aluno aprenda a aprender, já que o conteúdo passou a ser secundário em nossa era de “fast food” da informação.
     Do meu ponto de vista, penso que o modelo ideal do “bom” professor surge dependente do papel dos protagonistas (professores, alunos, pais e outros) e da visão educativa de cada um, ou seja, a forma como este ideal é construído e moldado é de acordo com a vivência educacional de cada um deles. Desta forma, não podemos dizer que exista um modelo único que possa ser definido como sendo o do “bom” professor.
     Com isto em mente, é possível dizer que ser um “bom” professor se constitui de um processo em que o modelo é construído gradativa e constantemente. Inicialmente, através das crenças pessoais a respeito do ensino associadas ao período (normalmente, no ensino fundamental e médio) em que se é aluno. É deste período o modelo ideal do “bom” professor de cuja dificuldade se tem em abstrair para outros modelos que possam ser melhores.
     Posteriormente, ao se ingressar em um curso superior de licenciatura, tem-se o contato com as diversas teorias pedagógicas de forma a possibilitar a alteração daquele modelo inicial. Mas a possibilidade, infelizmente, não implica em mudança.
     E finalmente, na prática profissional pode-se observar e refletir quais modelos estão em uso e quais modelos deseja-se incorporar em vista de alcançar o objetivo de ser um “bom” professor. Sempre lembrando que o processo não visa dar uma resposta final, mas sim uma adaptação e modificação quando as práticas pedagógicas não atingem seu objetivo.
     Concluindo, não há um padrão ou uma forma ideal do “bom” professor que atenda a um conjunto amplo e diverso de pessoas. Entretanto, mesmo não havendo tal modelo é necessário que haja a constante busca para, pelo menos, descobrir-se o porque e quando não se é um “bom” professor.

  03 março 2006
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Dependência das quatro rodas

     Já se falou muito sobre a dependência que um carro traz. Aquele que tem um carro não consegue sequer ir à padaria sem tirá-lo da garagem, mesmo que a bendita fique na esquina mais próxima.
     Bom, até aí, nem tenho muito do que queixar, já que o carro, a gasolina (ou álcool, ou gás) e a preguiça são dele. Talvez tivesse apenas que notar o terrível trânsito que tem aumentado ultimamente nas avenidas da cidade, mas ainda assim não chega a ser um grande incômodo pois não saio de casa todos os dias.
     O que realmente incomoda são os preguiçosos que tendem a irritar os outros com sua preguiça extrema. Por exemplo, aqui no conjunto (apelidado de Henricão) onde moro, havia uma pessoa que todos os dias chegava de carro e estacionava próximo do nosso apartamento. Como o nosso prédio não tinha porteiro, ele não poderia entrar nem se comunicar com o seu colega sem interfonar. Ou seja, ter que sair do carro, dar alguns passos e apertar o botão correspondente do apartamento do colega no interfone. Mas o que ele fazia? Dava aquela preguiçosa dupla buzinada de aviso. Todas as vezes! Até que o seu colega aparecesse na janela avisando que iria descer ou pedindo para ele subir...
     Mas nem sempre tínhamos tanta sorte. Quando o colega estava dormindo ou ausente, eram os quase sessenta minutos mais irritantes que se poderia ter... fón-fón... fón-fón... ... ... fón-fón.
     Até o dia em que reclamei perguntando: “Ei! Tá querendo vender o carro?!”.
     Engraçado. Depois de umas três semanas, o colega do chato se mudou...

Jezebel - 10,000 Maniacs

7ª faixa do cd "Our Time in Eden"

To think of my task is chilling.
To know I was carefully building the mask
I was wearing for two years, swearing I'd tear it off.
I've sat in the dark explaining to myself that
I'm straining too hard for feelings
I ought to find easily.

Called myself Jezebel.

I don't believe.

Before I say that the vows we made
weigh like a stone in my heart.
Family is family,
don't let this tear us apart.

You lie there, an innocent baby.
I feel like the thief who is raiding your home,
entering and breaking and taking in every room.
I know your feelings are tender
and that inside you the embers still glow.
But I'm a shadow, I'm only a bed of blackened coal.

Call myself Jezebel for wanting to leave.

I'm not saying I'm replacing love for some other word
to describe the sacred tie that bound me to you.
I'm just saying we've mistaken one for thousands of words.
And for that mistake, I've caused you such pain that I damn that word.
I've no more ways to hide
that I'm a desolate and empty, hollow place inside.
I'm not saying I'm replacing love for some other word
to describe the sacred tie that bound me to you.
I'm not saying love's a plaything.
No, it's a powerful word,
inspired by strong desire to bind myself to you.
How I wish that we never had tried
to be man and his wife,
to weave our lives into a blindfold over both our eyes.

  01 março 2006
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En Camino - Soda Stereo

La tarde esta cayendo
En tus ojos
Un auto en el vacío y la niebla
Otra vez

Un rumor debajo de la piel
Casi sin querer
Estamos en camino entre los espejismos

Deslizándonos
Hay sombra alrededor
Vemos pasar montañas de piedra otra vez

Por favor no leas el cartel
Ni anuncios de ayer
No puedo esperarte hasta fin de siglo

Quiero sentir tu cuerpo acercándose
Quiero encontrar un paraíso no volver

Un rumor debajo de la piel
Casi sin querer
Estamos en camino entre los espejismos

No me asustan los desvíos
Los puentes
Solo quiero seguir
acercándome, acercándome
Puedo encontrar ese paraíso
Acercándome, acercándome

Por favor no leas el cartel
Y casi sin querer
Estamos en camino hasta fin de siglo