17 março 2006
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Existe o bom professor?

     Com certeza, quem passou pela escola tem como apontar esse ou aquele professor que considerou como sendo bom. Mas mesmo assim, é bem provável que haja poucos professores que sejam considerados por muitos como sendo bons. Talvez porque, seja do ponto de vista dos pais, seja dos alunos, seja pela análise do professor, há sempre uma heterogeneidade quanto àquilo que é considerado bom.
     E ainda é necessário, também, se levar em conta que o conceito de bom e de mau é definido conjunturalmente e contextualmente. Exemplificando, atualmente é considerado um “bom” professor aquele que geralmente consegue fazer com que o aluno aprenda a aprender, já que o conteúdo passou a ser secundário em nossa era de “fast food” da informação.
     Do meu ponto de vista, penso que o modelo ideal do “bom” professor surge dependente do papel dos protagonistas (professores, alunos, pais e outros) e da visão educativa de cada um, ou seja, a forma como este ideal é construído e moldado é de acordo com a vivência educacional de cada um deles. Desta forma, não podemos dizer que exista um modelo único que possa ser definido como sendo o do “bom” professor.
     Com isto em mente, é possível dizer que ser um “bom” professor se constitui de um processo em que o modelo é construído gradativa e constantemente. Inicialmente, através das crenças pessoais a respeito do ensino associadas ao período (normalmente, no ensino fundamental e médio) em que se é aluno. É deste período o modelo ideal do “bom” professor de cuja dificuldade se tem em abstrair para outros modelos que possam ser melhores.
     Posteriormente, ao se ingressar em um curso superior de licenciatura, tem-se o contato com as diversas teorias pedagógicas de forma a possibilitar a alteração daquele modelo inicial. Mas a possibilidade, infelizmente, não implica em mudança.
     E finalmente, na prática profissional pode-se observar e refletir quais modelos estão em uso e quais modelos deseja-se incorporar em vista de alcançar o objetivo de ser um “bom” professor. Sempre lembrando que o processo não visa dar uma resposta final, mas sim uma adaptação e modificação quando as práticas pedagógicas não atingem seu objetivo.
     Concluindo, não há um padrão ou uma forma ideal do “bom” professor que atenda a um conjunto amplo e diverso de pessoas. Entretanto, mesmo não havendo tal modelo é necessário que haja a constante busca para, pelo menos, descobrir-se o porque e quando não se é um “bom” professor.

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