03 março 2006
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Dependência das quatro rodas

     Já se falou muito sobre a dependência que um carro traz. Aquele que tem um carro não consegue sequer ir à padaria sem tirá-lo da garagem, mesmo que a bendita fique na esquina mais próxima.
     Bom, até aí, nem tenho muito do que queixar, já que o carro, a gasolina (ou álcool, ou gás) e a preguiça são dele. Talvez tivesse apenas que notar o terrível trânsito que tem aumentado ultimamente nas avenidas da cidade, mas ainda assim não chega a ser um grande incômodo pois não saio de casa todos os dias.
     O que realmente incomoda são os preguiçosos que tendem a irritar os outros com sua preguiça extrema. Por exemplo, aqui no conjunto (apelidado de Henricão) onde moro, havia uma pessoa que todos os dias chegava de carro e estacionava próximo do nosso apartamento. Como o nosso prédio não tinha porteiro, ele não poderia entrar nem se comunicar com o seu colega sem interfonar. Ou seja, ter que sair do carro, dar alguns passos e apertar o botão correspondente do apartamento do colega no interfone. Mas o que ele fazia? Dava aquela preguiçosa dupla buzinada de aviso. Todas as vezes! Até que o seu colega aparecesse na janela avisando que iria descer ou pedindo para ele subir...
     Mas nem sempre tínhamos tanta sorte. Quando o colega estava dormindo ou ausente, eram os quase sessenta minutos mais irritantes que se poderia ter... fón-fón... fón-fón... ... ... fón-fón.
     Até o dia em que reclamei perguntando: “Ei! Tá querendo vender o carro?!”.
     Engraçado. Depois de umas três semanas, o colega do chato se mudou...

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